Historicamente, os habitantes do campo deslocam-se da zona rural para a zona urbana em busca de condições de uma vida melhor, provocando o êxodo rural.

Os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para as grandes cidades são: busca de empregos com melhor remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc.), baixa qualidade de ensino e necessidade de melhor infra-estrutura e serviços (hospitais, transportes, educação, etc.). No caso específico do município de Quipapá, este cenário ocorre sempre no período da entressafra, onde a mão-de-obra masculina busca oportunidades de trabalho em outros estados.

O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, o agravamento de problemas sociais. Cidades que recebem grande quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenômeno. Os empregos não são suficientes e muitos imigrantes partem para o mercado de trabalho informal e passam a residir em habitações sem boas condições (favelas, cortiços, etc). 

Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição da população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Há casos de municípios que deixam de existir quando todos os habitantes deixam a região.

Tratando exclusivamente do município de Quipapá, que não possui muitas opções de trabalho, principalmente em algumas comunidades nas quais as condições de vida ainda não foram alteradas, os níveis de desempenho e continuidade escolar são muito baixos, e o corte de cana tornou-se a principal opção de profissão aos moradores locais. 
Buscando dar assistências às famílias da região, a Prefeitura Municipal, no ano de 2007, trouxe, para um grupo de mulheres do município, o curso de confecção. A partir de então, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico incentivou a produção coletiva que deu origem à criação da Associação das Costureiras de Quipapá (ACOQ), fundada em vinte e quatro de agosto de 2007. Diversas ações foram realizadas em busca de atendimento a essa associação. A Prefeitura, através da referida Secretaria, estabeleceu parcerias com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Secretaria da Juventude e Emprego, a ADDIPER, PRO-RURAL, SENAC, SEBRAE e o SENAR.

Buscando intervir positivamente nesta realidade, e atendendo à solicitação da Prefeitura Municipal, o SENAC desenvolveu o Projeto de desenvolvimento social e econômico. Esta iniciativa visou atender às mulheres associadas da Associação de Costureiras de Quipapá, pertencentes ao “Projeto Costurando Minha Dignidade”, e buscou desenvolver competências pessoais e produtivas na área de moda, confeccionada com artesanato qualificado e renovado através de customizações.

Dessa forma, o projeto atendeu 33 mulheres, residentes da zona urbana e rural do município, promovendo a inclusão social através do acesso à formação profissional nos cursos de Costureira, Desenhista de Moda e Modelista.
Na perspectiva do fortalecimento de ações associativas, o projeto desenvolveu capacitações voltadas para o processo produtivo no segmento de confecção através de uma permanente consultoria de moda visando a inclusão dos produtos no mercado. Assim, o projeto objetivou não apenas a construção de processos pedagógicos, mas também de processos produtivos e comerciais.